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Quem sou...

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Quem sou ...

A não ser eu

Fora do meu interior.

Sou crente ao mesmo tempo descrente.

Sou assim, assado meio desligado desse cotidiano

que massacra e desse senso sempre comum.

Fujo dos clichês, dos amores sem fim.

Fujo da juventude que zomba de mim.

Sou triste enquanto poesia.

Alegre enquanto melodia.

Cato rimas perdidas pelo chão, tal qual catador em um lixão,

que não vê solução,

nas noites frias dormindo pelo chão.

Quem sou...

Quem sabe, a chuva que o vento levou.

Quem sabe, a luz da lua , que o mar ilumina.

Quem sabe, a neblina que a estrada cortina.

Quem sou...

Talvez poesia, ou quem sabe poema, escrito nos muros e nas esquinas.

Quem sabe, bebida barata dos cabarés, das moças de vestidos floridos.

Quem sabe, um amigo em um canto de mesa, escondida vendo um jogo decisivo,

em um dia de domingo.

Quem sabe, a angustia de ter envelhecido.

Quem sabe, a ousadia de querer ser aquilo que jamais serei.

Quem sabe, seja eu um inquiridor das doutrinas ideológicas dos bancos de ensino.

Quem sabe, um romântico, que aprendeu a beijar na boca e, fazer sexo só por amor.

Quem sou...

Quem sabe, um católico sonhador, que decorou o Pai nosso.

Um líder de comunidade cristã, ou um pastor evangélico.

Quem sabe, um espiritualista, taoísta, hinduísta.

Quem sabe, um fascista, um comunista, ou até quem sabe, um pacifista.

Quem sou...

Quem sabe, um pobretão babaca, cheio de razão, ou quem sabe, um milionário cheio de ilusão, com um super carrão.

Quem sabe, um suicida à beira de um abismo, ou um quem sabe, um padre cheio de catolicismo.

Quem sabe, um amante, um retirante, um refugiado de terras distantes.

Não sei ao certo quem sou...

Nem quem fui ou quem serei.

Quem sabe eu ?

Quem sabe você ?

Quem sabe nós ?

QUEM SABE...


Nelson Sganzerla


 
 
 

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