Esse outro...
- Nelson Sganzerla

- 12 de mai.
- 2 min de leitura

O que seria feito de nós, não fosse o outro?
Esse outro que transgrede. Que não respeita. Esse outro que em tudo quer tirar vantagens, que não aceita ficar atrás .
Como poderíamos viver sem esse outro a quem responsabilizamos pela incompetência e maldizemos a cada projeto que não da certo em nossa vida ?
De que maneira viveríamos isentos de toda culpa do mundo, não fosse o outro, que desmata nossas florestas, envenena a água dos nossos rios, emporcalha nossa cidade?
Não consigo imaginar a vida sem o outro. Como iríamos encontrar uma maneira plausível de fugir às nossas responsabilidades, sem ter outro a quem culpar?
Quantas vezes teremos que ser previsíveis ?
Quantos outros teremos que ter em nossas vidas ?
__ Eu não consigo executar aquela tarefa, pois o outro não me disse o que era para ser feito!
__ Me desculpem, mas o outro, ficou de me ligar assim que soubesse de algo, mas não ligou, portanto não posso ajuda-lo !
__ Eu não consigo atingir a minha meta de vendas porque o outro não me ajuda a vender os produtos !
Em nome desse outro , enfiamos a cabeça dentro de um buraco como avestruzes, achando, que ninguém irá ver a nossa falta de interesse.
Melhor seria dizer:
__ Não vou fazê-lo pois não entendi direito o que me foi dito ou explicado!
__Desculpe, mas poderia me dar um tempo maior, para que eu termine o relatório!
Mas daí o ego nos diz...
__Como você irá demonstrar certa fraqueza ou incapacidade, para seu superior ? Não faça isso! coloque a culpa no outro. O ego é implacável.
Enfim... Em quantos outros teremos que justificar a nossa falta, nosso desinteresse, nossa incompetência, ou nosso orgulho, para entendermos que só há um único caminho, para se viver bem e somos nós que teremos que realizá-lo ?
Quantas amarguras, quanta culpa, sofrimento teremos que imputar a outrem, por fraqueza nossa ?
Vivemos tal qual um cão, tentando alcançar o próprio rabo, tresloucados, estressados, longe de encontrarmos o real significado da vida. Vivemos robotizados e não nos damos conta, tamanha é a rotina em que a vida nos impõe.
Sabemos que nada é fácil, aqui estamos para aprender, mas certamente seríamos mais felizes se não olhássemos só para o nosso umbigo.
A questão é sempre a quebra de paradigma, que tal sairmos de nós mesmos? nem que seja por minutos e procurarmos ter uma visão aérea, nos imaginarmos no topo de uma montanha, fora da nossa louca rotina ou da zona de conforto e procurarmos tomar o comando da nossa vida? Sem medo de caminharmos com nossas próprias pernas.
Poderemos assim, ver os milhares de caminhos que existem e que graças a Deus, teremos sempre o livre arbítrio para escolhermos um que seja melhor, sem ter que culpar a ninguém.
Pense nisso.
Nelson Sganzerla






Comentários