Aparências...

Caem sobre nós,

o que já não se sustenta mais.

Certezas caem.

Nobrezas caem.

Aparências também caem.

Caem avarezas.

Caem riquezas.

Caem os dias.

As horas, também caem.

Caem o viço da juventude.

Caem os sisos.

Caem os braços.

Os ombros também caem.

Caem os seios.

Caem os olhares.

Caem a intolerância.

Caem a nossa indiferença.

Caem a nossa esperança.

Caem os governos.

Caem as chuvas.

Caem as folhas.

Caem os verões.

Caem os ladrões.

Caem os sermões.

Caem os vilões.

Caem copas.

Caem os reis de paus.

Nada fica de pé.

Quando faz-se necessário,

que tudo caia.

Para quem sabe um dia...

Se levantar.

Nelson Sganzerla

Extraida do meu livro

Ser...Poesia.